A Meta Platforms está desmantelando muitos de seus esforços de diversidade e inclusão, informando aos funcionários que eles não serão mais obrigados a entrevistar candidatos de grupos sub-representados para vagas abertas ou a buscar negócios com fornecedores diversificados.
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A nota aos funcionários, compartilhada verbalmente com a Bloomberg News, representa uma reversão significativa das prioridades de diversidade, equidade e inclusão na empresa. Maxine Williams, diretora de diversidade da Meta e mulher negra de maior escalão na empresa, será transferida para um novo cargo, segundo o memorando.
O site de notícias americano Axios divulgou anteriormente a notícia, que foi confirmada por um porta-voz da Meta.
O diretor executivo Mark Zuckerberg tem trabalhado para se aproximar do presidente eleito Donald Trump, com quem se encontrou recentemente em Mar-a-Lago, após anos de tensões com o político. No início da semana, Zuckerberg suspendeu o trabalho da Meta com organizações terceirizadas de verificação de fatos.
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Na terça-feira, a Meta também atualizou suas políticas sobre o tipo de conteúdo que pode ser removido de suas plataformas. As mudanças incluíram novas disposições permitindo que os usuários utilizem, em certas situações, linguagem insultante “ao discutir direitos de pessoas transgênero, imigração ou homossexualidade”, bem como argumentos a favor de restrições de gênero ou orientação sexual para cargos nas forças armadas, polícia e ensino.
A nova política também removeu proteções contra linguagem que descreve mulheres como “objetos domésticos ou propriedade”, bem como linguagem desumanizadora direcionada a pessoas negras, transgêneros e não-binárias.
A Meta se junta a empresas como Walmart e McDonald’s em um recuo das políticas de DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão). Após a decisão da Suprema Corte, que proibiu ações afirmativas nas admissões universitárias, as contestações legais aos programas corporativos de diversidade voltados a aumentar a representatividade de grupos sub-representados, levaram executivos a revisar essas iniciativas. Trump, crítico veemente das políticas de DEI, prometeu eliminar esses esforços do governo federal.
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Em 2023, a Meta era uma empresa majoritariamente asiática, com 51% de funcionários asiáticos e 36% brancos, de acordo com uma análise da Bloomberg dos dados que a empresa reporta anualmente à Comissão de Igualdade de Oportunidades de Emprego (EEOC).
Os percentuais de trabalhadores negros e hispânicos, de 3,5% e 6%, respectivamente, apresentaram pequenas quedas desde 2020. A Meta teve uma das maiores quedas de gerentes negros entre 84 empresas do índice S&P 100 de 2022 a 2023.