Microsoft oficializa a aquisição da Activision Blizzard


Agora está feito. Após um longo trabalho de convencimento e conciliação com agências reguladoras em todo o mundo, que se estendeu pelos últimos 22 meses, a Microsoft superou os últimos obstáculos colocados pelas autoridades reguladoras e validou a tempo a aquisição da Activision Blizzard pela soma de 69 bilhões de dólares.

O acordo sem precedentes na indústria de games dá à Microsoft o controle de todos os estúdios e propriedades da Activision Blizzard, que incluem jogos como Call of Duty, World of Warcraft, Diablo e Candy Crush. Com isso, a família Xbox cresce para cerca de trinta estúdios de desenvolvimento, incluindo aqueles da marca Xbox Game Studios, os estúdios da Bethesda e os novos sob o comando da Activision Blizzard.

O atual CEO da Activision Blizzard, Bobby Kotick, será mantido no cargo durante um período de integração, mas sua saída ocorrerá o mais tardar no final de 2023.

Inicialmente resistentes à fusão entre os dois gigantes, as autoridades da concorrência que supervisionam os mercados inglês e americano acabaram por ceder ao peso da Microsoft que utilizou todos os argumentos possíveis para minimizar o impacto da operação, inclusive se posicionando como uma humilde derrotada na guerra dos consoles contra sua principal rival, a Sony, o único oponente real à aquisição.

“Hoje é um ótimo dia para jogadores de todos os lugares. Juntamente com a Activision Blizzard, cumpriremos nossa visão de ajudar as pessoas a se conectarem e jogarem ótimos jogos onde, quando e como quiserem”, comentou o CEO da Microsoft, Satya Nadella.

“Hoje é um bom dia para jogar”, escreveu o chefe do Xbox, Phil Spencer. “Damos oficialmente as boas-vindas à Activision Blizzard King ao Team Xbox. Juntos, criaremos histórias e experiências que unem os jogadores, em uma cultura que capacita todos a fazerem o seu melhor trabalho e celebrarem diversas perspectivas”.

Embora o impasse inicial no processo de aprovação do negócio tivesse recaído sobre a poderosa franquia Call of Duty, disputada com afinco nos bastidores pela Sony e seu departamento jurídico, o grande empecilho foi criado pelo regulador do Reino Unido, que viu na distribuição de jogos por streaming a grande ameaça à concorrência no setor.

A solução deste problema veio nos meses finais com a Microsoft negociando a licença para outras empresas explorarem as marcas da Activision Blizzard em serviços na nuvem, o que entregou de bandeja à Ubisoft o privilégio de poder explorar o catálogo da Activision Blizzard em sua assinatura Ubisoft+.

A Microsoft já abriu mão da exclusividade de Call of Duty, que ficará ao menos pelos próximos dez anos como uma franquia multiplataforma, presente inclusive nos consoles futuros da Nintendo, mas não foi comentado ainda sobre como ficarão jogos de séries como Crash Bandicoot, Tony Hawk’s Pro Skater, Warcraft, Diablo, Overwatch ou mesmo Candy Crush Saga, lembrando que a King, dona desta última, é uma gigante por si só, com receitas que ultrapassam a marca de US$ 20 bilhões.

Tal como aconteceu com a aquisição da Bethesda, a Activision Blizzard não se fundirá com a Microsoft a rigor, no sentido de que a empresa de Bobby Kotick continuará a existir como uma organização à parte, com comunicação e direção próprias.

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