Morre, aos 74, Joaquim Alencar, o responsável pelo maior jogo de futebol já realizado no Amazonas


Morreu ontem, aos 74 anos, o empresário Joaquim Alencar, um desportista reconhecido no Amazonas, que agenciou vários jogadores e promoveu o maior jogo de que se tem notícia na história do Estado. Foi no dia 9 de março de 1980, quando ele trouxe a Manaus o time de estrelas do Cosmos de Nova Iorque, que tinha em seu elenco craques como o alemão Franz Beckembauer, o capitão do tri brasileira, Carlos Alberto Torres, o italiado Chinnaglia e o volante também tricampeão Clodoaldo. Eles enfrentaram o Fast Clube, time do coração de Alencar, diante de mais de 80 mil pessoas em um Vivaldo Lima abarrotado.

Curiosamente, o borderô daquela partida registrou pouco mais de 56 mil pagantes, mas a certa altura, temendo por um incidente mais grave, Alencar mandou abrir os portões e mais de 20 mil pessoas que estavam do lado de fora entraram no estádio.

Já sem Pelé, a equipe contava na época com Beckenbauer, Neeskens, Carlos Alberto Torres, Oscar, Romerito e Chinaglia enfrentaria o Fast Clube, uma das melhores do futebol amazônico e que teria o reforço do craque Clodoaldo.

O Cosmos ainda faria mais duas partidas em território brasileiro: uma vitória por 2 a 1 sobre o Santos, na Vila Belmiro, e empate em 1 a 1 com o Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Mas foi a partida em Manaus que ficou para sempre na história.

Depois disso Joaquim Alencar agenciou vários jogadores, promoveu alguns eventos menores até que a carreira empresarial declinou, no início dos anos 2000. Em 2020 tentou ser vereador em Manaus, mas obteve apenas 185 votos. Ele chegou a pedir a recontagem ao Tribunal Regional Eleitoral, sem sucesso.

Era crítico da Federação Amazonense de Futebol (FAF) e opositor do atual presidente, o deputado Ednailson Rozenha (PMB). Ainda assim, o dirigente o homenageou ontem, após a morte, com uma nota de solidariedade e reconhecimento (veja abaixo).

A causa da morte

No final de dezembro, Alencar precisou extrair quatro dentes de uma vez só e sofreu um processo inflamatório que evoluiu para um processo infeccioso que se agravou rapidamente. Durante périplo da família em busca de atendimento médico e internação, ele sofreu dois AVCs, o que piorou bastante a capacidade de reação. Foi internado no Hospital 28 de Agosto no, dia 11 de janeiro.

Infecção generalizada, efeitos dos AVCs, e insuficiência renal o levaram a ficar entubado e em coma induzido por mais de 10 dias. Quando iniciaram o processo de retirada do coma induzido ainda passou vários dias para reagir, porque sem os rins funcionando normalmente o organismo não conseguiu expelir os medicamentos.

Depois de um longo processo foi readquirindo a consciência e passando a responder a estímulos. Saiu da UTI para a enfermaria e depois recebeu alta. Apenas uma semana depois sofreu várias convulsões e voltou a ser hospitalizado e entubado novamente, resistindo apenas até ontem.

O velório acontece na Câmara Municipal de Manaus.


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