A Netflix anunciou sua nova minissérie de true crime que estreia no dia 14 de março. Intitulada O Ninho: Futebol e Tragédia, a produção terá três episódios e contará a história do incêndio que aconteceu no Ninho do Urubu, centro de treinamento (CT) do Flamengo e causou a morte de 10 adolescentes.
A trama mostrará a trajetória profissional dos atletas amadores e também a luta por justiça que as famílias das vítimas tiveram que travar contra o clube. O acidente aconteceu no dia 8 de fevereiro de 2019 e, na época, 26 garotos dormiam no CT. Dos 16 que sobreviveram, apenas três continuaram no Flamengo; Francisco Dyogo, Rayan Lucas e Jonathan Ventura, sendo que este último abandonou a carreira de jogador e seguiu como funcionário.
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O objetivo da obra é não deixar a tragédia cair no esquecimento e tentar elucidar o que estava por trás das causas do incêndio. Dirigida por Pedro Asbeg, nome por trás do documentário Democracia em Preto e Branco, a obra conta todos os pormenores da tragédia, dando destaque para as famílias das vítimas.
A responsabilidade e a omissão do Flamengo
Apesar de não ter havido condenação criminal após o incêndio, o site UOL comprovou por meio de uma investigação de cinco anos que o Flamengo estava ciente dos problemas elétricos que havia no alojamento. Essa investigação, inclusive, serviu de base para o documentário da Netflix, que trará imagens inéditas e recriará os principais momentos da tragédia.
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Vale reforçar que o caso ainda segue na Justiça, sendo oito pessoas as acusadas pelo Ministério Público pelo ocorrido. Até o momento desta reportagem, ainda não há data para a realização da próxima audiência.
Longe do Ninho
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Além do documentário da Netflix, a tragédia do CT do Flamengo também foi objeto de estudo do livro-reportagem da jornalista Daniela Arbex, a mesma que assina Todo Dia a Mesma Noite, livro que virou série da Netflix, e Holocausto Brasileiro, que virou documentário.
Chamado de Longe do Ninho, a obra traz laudos técnicos, dados e relatos não divulgados pela imprensa, incluindo depoimentos de profissionais do Instituto Médico Legal e da perícia criminal. De acordo com a autora, o Flamengo não colaborou com a reportagem e se negou a falar sobre o tema.
Em entrevista à imprensa, ela contou sobre a importância de não deixar o ocorrido ser esquecido e também sobre as maiores dificuldades de escrever a obra.
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“É uma história que envolve a infância, a adolescência, e que precisava ser contada com a contundência que merece [o tema], mas também com máximo respeito. Achar esse tom talvez tenha sido a parte mais difícil”