Os desafios da conexão cada vez mais precoce das crianças brasileiras com a internet


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“Não devemos proibir o contato de crianças com tecnologia depois dos dois anos de idade, mas é preciso ter consciência de que tudo em excesso é ruim”, afirma Dr. Eduardo Jorge Custódio.

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Acessibilidade



Ver crianças de diferentes idades usando aparelhos eletrônicos durante almoços de família, passeios ao ar livre, entre outras atividades cotidianas, virou uma cena comum. E, embora haja um certo receio por parte de pais, médicos e especialistas, o relacionamento entre infância e tecnologia se desenvolve em ritmo constante.

A pesquisa TIC Kids Online Brasil de 2023, que entrevistou pessoalmente 2.704 famílias com crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos em todo Brasil, registrou que 24% dos jovens tiveram seu primeiro acesso à internet na primeira infância (antes dos seis anos de vida) – um aumento de 13% em relação a 2015. De acordo com dr. Eduardo Jorge Custódio, neurologista pediátrico e membro do Grupo de Trabalho sobre Saúde na Era Digital da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o dado é preocupante, pois crianças não devem ter acessar nenhum tipo de tela antes dos dois anos de idade.

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“Não devemos proibir o contato de crianças com tecnologia depois dos dois anos de idade, mas é preciso ter consciência de que tudo em excesso é ruim. E não há dúvidas que o uso precoce acarreta danos futuros e atrapalha no desenvolvimento cognitivo e social da criança”, afirma Custódio.

No manual “#MaisSaúde #MenosTelas”, atualizado em 2021, a Sociedade Brasileira de Pediatria afirma que etapas de desenvolvimento infantil são inibidas com o uso excessivo de aparelhos eletrônicos: “A distração de uma tela ou a experimentação de um objeto de consumo, como um jogo de videogame, passa a ser uma solução rápida para lidar com sentimentos perturbadores e emoções difíceis, ocasionando dependências com as quais as crianças e os adolescentes ainda não aprenderam a lidar.”

Qual o tempo de tela ideal para cada idade?

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1- Evitar a exposição de crianças menores de 2 anos às telas (nem passivamente).

Entretanto, em uma sociedade cada vez mais hiperconectada e alimentada pelo comportamento online, lidar com esse problema não é uma tarefa simples. Eduardo Custódio diz que “os pais, mesmo com os desafios do dia a dia, precisam ser fonte de exemplo e oferecer outras alternativas aos seus filhos”. “Como você vai ensinar a criança que ela não pode passar o dia no celular se o pai ou a mãe, sempre que possível, passam o dia no celular?”, complementa.

Educação digital pode ser uma saída

Thais Rugolo, advogada especialista em direito da infância do Instituto Alana, diz que uma das maneiras mais eficazes de enfrentar as dificuldades em torno da conexão entre infância e tecnologia é a educação e o diálogo. “As crianças precisam ser ouvidas, os pais precisam dialogar com seus filhos. Se nós não ouvirmos as crianças, não saberemos como remediar situações de risco e assegurar um uso responsável.”

Rugolo ressalta as contradições em relação ao termo, amplamente usado, “nativos digitais”: “Uma criança não tem capacidade crítica ou cognitiva de interpretação como um adulto. Dizer que uma criança sabe mais que um adulto sobre tecnologia é um perigo, porque você coloca um ser vulnerável em um papel de extrema responsabilidade.”

Veja outras recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria:

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Ofereça alternativas ao uso de aparelhos, como atividades esportivas e exercícios ao ar livre ou em contato direto com a natureza.

Habilidades desenvolvidas

Assim como na edição anterior da pesquisa, a TIC Kids Online Brasil 2023 também investigou a percepção de crianças e adolescentes sobre habilidades digitais que eles entendem possuir. De acordo com as respostas, 76% dos entrevistados reportaram ser “verdade” ou “muito verdade” que sabem escolher as palavras certas para encontrar algo na internet.

E nem só de riscos vivem os jovens online: 80% dos entrevistados também alegaram que usam o ecossistema digital para realizar trabalhos escolares e pesquisar sobre temas como saúde, alimentação saudável e prática de atividade física.

“Também precisamos mostrar para os jovens usuários sobre as possibilidades positivas dentro dos ambientes digitais. Afinal, a tecnologia também possibilita muitos aprendizados, quando bem utilizada”, finaliza Thais.

Principais ferramentas e plataformas:

Segundo a pesquisa, 88% da população brasileira de 9 a 17 anos reportou manter perfis em redes sociais. Entre 15 e 17 anos, a proporção foi de 99%.

O Instagram (36%) é a plataforma mais usada pelos usuários de internet de 9 a 17 anos, frente ao YouTube (29%); TikTok (27%) e Facebook (2%). Nas faixas de 9 a 10 anos e de 11 a 12 anos, o YouTube lidera com 42% e 44%, respectivamente.


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