Path of Exile 2 parece um jogo mais focado em entregar uma boa experiência de end game do que qualquer outra coisa — e tá tudo bem. A convite da Grinding Gear Games, o The Enemy pôde testar bastante do novo game, e também recebeu informações sobre a quantidade massiva de conteúdo que estará disponível após o término da campanha, com uma infinidade de lutas contra chefões, diferentes mecânicas de exploração e mais.
Antes do teste propriamente dito, todos os criadores de conteúdo presentes em Los Angeles assistiram a uma longa apresentação, com quase duas horas do Jonathan Rogers despejando informações. O foco, ironicamente, foi no end game: com personagens já bem poderosos, fomos introduzidos ao sistema de habilidades, à gigantesca skill tree e também às Breaches, que serão uma das várias opções de missões para serem cumpridas após o fim da campanha.
Qualquer uma das 12 classes possui um ataque básico para enfrentar seus inimigos, mas a graça do game está na invocação de habilidades. O jogador pode obtê-las por meio de gemas que, ao serem cortadas, permitem desbloquear uma nova skill. O número de poderes diferentes já é enorme, e a interação entre eles abre ainda mais o leque.
Durante a apresentação, um exemplo dado foi uma magia que invocava pequenos raios elétricos para causar dano nos inimigos enquanto ricocheteiam. Combinando isso com uma magia de fogo, todos os raios passavam a carregar ambos danos elementais, aumentando seu poder e alterando a animação na tela. Esse tipo de combinação é a base do combate de PoE 2, e o jogador tem muito espaço para abusar da sua criatividade.
Após assistir a várias demonstrações de poder e às diferentes opções que as classes ofereciam quando estavam no nível máximo, foi um pouco frustrante ter que começar a gameplay com um personagem ainda no Nível 1, sem muitos recursos para serem usados. A progressão do jogo, entretanto, é relativamente rápida, e em poucas horas já era possível realizar combos incríveis.
O game é um RPG à la Diablo, com câmera fixa isométrica e bastante foco na construção de builds para o combate. A movimentação pode ser feita tanto usando cliques no mouse quanto pelas teclas WASD, e cada classe encaixa melhor com uma das duas opções. Com uma base fixa, o jogador deve explorar os cenários para descobrir novas áreas enquanto cumpre missões para avançar na campanha.
A premissa em si não é mirabolante, e o game conquista pelo combate saboroso. As combinações de habilidades são muito divertidas, e PoE 2 adora trazer desafios novos em cada esquina. O jogo promete 100 batalhas de chefão, e logo nas horas iniciais já entrega várias delas para manter o jogador entretido.
Áreas enormes e com uma quantidade bem considerável de inimigos também são satisfatórias, especialmente pela sensação de estar sempre progredindo, mas podem irritar com cantos apertados e difíceis de se escapar — o famigerado creep block é bem presente nesse jogo.
Outra frustração na exploração é o “reset” de mapas. Depois de alguns minutos fora de uma área que já foi explorada, o mapa não aparece mais para o jogador, e é necessário explorar tudo novamente; em locais enormes e onde é necessário chegar em um ponto específico para completar uma missão, a experiência é no mínimo cansativa.
Por outro lado, há recursos que equilibram essa balança. Voltar à sua base é fácil e rápido, basta abrir um portal usando apenas um botão. Para vender itens que estejam ocupando espaço demais em seu inventário, e voltar rapidamente à ação, essa possibilidade é uma mão na roda. A presença de waypoints para viagem rápida também ajuda bastante.
O prometido end game
Path of Exile 2 quer entregar uma campanha de 25 horas, aproximadamente, em seus três primeiros atos, lançados no dia 6 de dezembro com o acesso antecipado. Uma vez que essa sequência esteja terminada, o jogador terá uma quantidade ainda maior de conteúdo para ser explorada, com as horas atingindo as centenas. Futuramente, outros três atos de história, igualmente grande, serão disponibilizados, e mais novidades de end game devem acompanhar.
O foco da GGG parece ser bastante direcionado para os conteúdos de end game, e Jonathan Rogers transparece isso de várias formas — tanto na apresentação inicial, quanto em entrevista coletiva que aconteceu durante o teste.
Muitas das respostas de Rodgers começavam com “uma vez que você terminar a campanha”, e sempre exaltavam a quantidade de conteúdo disponível. O mais impressionante deles é a árvore de habilidades passivas, com 500 nódulos disponíveis para serem desbloqueados, mas a presença de outras árvores, focadas em dificultar a experiência no end game, também é digna de nota.
Outras três mecânicas se destacam após a campanha: os Trials, Rituais e as Breaches. Os Trials são desafios progressivos, usando um sistema quase roguelike, em que o jogador terá uma quantidade determinada de Honra, e esse número definirá quantos golpes ele pode tomar naquela “run”. A cada sala com inimigos superada, um novo buff ou habilidade é desbloqueado para ajudar na missão, que entrega recompensas generosas ao ser finalizada.
As Breaches são um pouco mais simples. Pontos no mapa que abrem áreas repletas de monstros a serem derrotados, e que podem surgir tanto aleatoriamente quanto de maneira “forçada”, por meio de itens. Completá-las libera novos chefões, mantendo algum frescor no gameplay. Os Rituais, por sua vez, são pequenos círculos de invocação onde inimigos surgem em hordas, e eliminar todos eles também fornece boas recompensas.
Path of Exile 2 é, definitivamente, um jogo mais nichado, mas que ainda almeja bastante. Rodgers não mediu palavras ao falar sobre as melhorias em relação ao seu antecessor, chegando a brincar que a campanha do primeiro game era tenebrosa, e parece bem confiante que seu novo trabalho é superior. O game simplifica algumas arestas para tentar ser mais acessível a um novo público, mas não deixa de ser bem complicado para quem não está tão acostumado com o gênero.