Os detalhes do modelo de negócio foram apresentados na reunião do Conselho de Sustentabilidade por Lívia Lopes, gerente de Sustentabilidade da empresa
(Arte: TUTU)
As empresas têm usado, cada vez mais, a tecnologia para a expansão de ações de ESG (Environmental, Social and Governance — ou, em português, Ambiental, Social e de Governança). Como exemplo, o casamento entre novas ferramentas e estratégias voltadas à sustentabilidade resultou no Voltei da Pernambucanas, canal próprio da marca para intermediar a revenda de peças de vestuário usadas.
Os detalhes do modelo de negócio foram apresentados na reunião do Conselho de Sustentabilidade da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), no dia 6 de outubro, por Lívia Lopes, gerente de Sustentabilidade, ASG, Diversidade, Direitos Humanos, SESMT e Economia Circular da Pernambucanas. “Em vez de a empresa ter apenas pontos de coleta das peças, situação na qual o cliente não sabe o que será feito exatamente com a roupa, decidimos fazer o processo do começo ao fim”, disse.
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A Voltei funciona assim: o cliente tira foto do produto e a envia para o aplicativo da marca. Depois, leva a peça a qualquer uma das lojas da Pernambucanas. A empresa, então, realiza o processo de Logística Reversa (LR) do item, por meio da higienização. Caso a roupa tenha uma pequena avaria, um grupo, criado em conjunto com o Sebrae, de pequenas costureiras fará os reparos necessários. Posteriormente, a área de E-commerce comecializa essas peças na plataforma. O valor da venda é depositado na conta digital do cliente que “desapegou” do item — o dinheiro pode, inclusive, ser doado a uma instituição de preferência do consumidor.
A Voltei tem, atualmente, 23 mil peças de vestuário (femininas, masculinas e infantis) disponíveis em boas condições. A plataforma trabalha com dois modelos de negócios, oferecendo itens a preço único de R$ 39,90 (como calças jeans) ou de valores que podem variar. Do valor de cada peça, 40% são destinados a custear a operação, enquanto os 60% restantes ficam na conta digital do consumidor. “Queremos mostrar que existe um modelo de negócios que ainda não é explorado no Brasil. O objetivo é o de transcender o propósito de economia circular”, ressaltou Lívia.
José Goldemberg, presidente do Conselho de Sustentabilidade, apoia iniciativas que propaguem a agenda ESG, fomentem o desenvolvimento sustentável e estimulem o consumo consciente. “Destaco que uma empresa centenária [a Pernambucanas completou 115 anos em setembro deste ano] conseguiu avançar e pôr em prática um projeto de economia circular que envolve toda a cadeia produtiva. Torço para que mais inciativas como essa apareçam no País”, afirmou Goldemberg.
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