A Petrobras apresentou nesta terça-feira uma nova tecnologia para reinjetar dióxido de carbono (CO2) extraído de campos petrolíferos subterrâneos. Um projeto-piloto será realizado no campo pré-sal de Mero, na bacia de Santos.
Em comparação com outros processos de reinjeção, a separação do petróleo e do dióxido de carbono ocorrerá no fundo do mar e não na plataforma como é feito atualmente. Após testar em laboratório a tecnologia chamada Hisep (Separador de Alta Pressão), a Petrobras contratará a montagem do equipamento subaquático que irá separar e reinjetar o gás. O investimento total no desenvolvimento da tecnologia chegará a US$ 1,7 bilhão.
“A descarbonização da atividade petrolífera é fundamental para a transição energética, porque significa que podemos, mesmo por necessidade, utilizar hidrocarbonetos, petróleo e gás no nosso quotidiano – durante muito tempo, teremos de fazer – mas com um impacto mitigado”, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, durante apresentação da nova tecnologia no Cenpes, no Rio de Janeiro.
O diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Carlos Travassos, destacou que o projeto também pode proporcionar economia de custos em relação às plataformas. Além disso, ao reduzir o custo da separação e reinjeção do dióxido de carbono, é possível começar a extrair petróleo de reservatórios que atualmente não são economicamente viáveis devido ao alto teor de CO2 do reservatório.
O CO2 é um gás associado ao petróleo em depósitos subterrâneos. Na extração do petróleo, grande parte do é lançada na atmosfera. A Petrobras já reinjeta parte do CO2 no subsolo. A ideia é que, com o projeto Hisep, o percentual de reinjeção aumente.
A tecnologia consiste em liquefazer o CO2 por meio de equipamentos subaquáticos que aumentam a pressão do gás. Na forma líquida, o dióxido de carbono é reinjetado no subsolo, evitando que se disperse na atmosfera.