Postos da orla de Santos oferecem opções variadas de Cultura e Esporte


Luigi Di Vaio

Estruturas com dupla funcionalidade, os postos de salvamento espalhados pela orla santista também têm um uso diferente na parte junto ao jardim. No mesmo espaço, os equipamentos oferecem opções de cultura – gibiteca ou biblioteca – ou esportes ligados ao mar. Sem contar que na parte superior, são usados por grupos que praticam ginástica, alongamentos, yoga e atividades físicas.

O Posto 1, na Avenida Presidente Wilson, próximo ao Novo Quebra-Mar, no José Menino, é o único dos sete que não tem um serviço “direto” para os moradores. Serve como apoio para o Corpo de Bombeiros na orla.

A historiadora Karime Moussalli destaca que os postos foram criados pelo Governo do Estado, em 1924. O então “presidente” do Estado de São Paulo Carlos de Campo promulgou a Lei Ordinária 2.052, de 31 de dezembro de 1924, criando “postos de salvação” nas praias de José Menino e na Enseada (Guarujá). Os equipamentos, dizia a lei, ficavam “sob administração e imediata fiscalização da delegacia de polícia marítima de Santos”. “A instalação dos postos se deu entre os anos de 1926 e 1930”, completa a historiadora.

Conheça, a seguir, os serviços oferecidos em cada posto:

POSTO 2 – ESCOLA RADICAL DE SURFE 

A primeira escola pública de surfe no País completou 32 anos de atividades em junho deste ano, formando gerações de atletas, tanto no masculino, como no feminino. Coordenada pelo experiente Cisco Araña, o equipamento também oferece aulas para o público 50+.

Atualmente com cerca de 400 inscritos nas aulas, a Escola Radical já atendeu mais de 30 mil alunos, que deram suas primeiras braçadas na Praia da Pompeia e conseguiram domar as ondas do mar santista.

Antes de enfrentarem a água salgada, o aquecimento é feito dentro do posto.

SERVIÇO
Local: Posto 2 – Avenida Presidente Wilson, próximo à Rua Olavo Bilac, Pompeia – Telefone: (13) 3251-9838

POSTO 3 – ESCOLA DE SURFE ADAPTADO

O objetivo deste equipamento é propiciar a inclusão e o bem-estar de pessoas com deficiência (física ou mental) através do esporte. A escola usa pranchas adaptadas e, assim como a Escola Radical, os treinos começam dentro do posto, antes dos alunos enfrentarem as ondas.

As pranchas adaptadas passaram a ser referência também no exterior. Os modelos idealizados estão sendo usados em países como Estados Unidos, Portugal, Espanha e Peru.

Também coordenada por Cisco Araña, atende hoje mais de 170 alunos. Por ano, a média de atendimentos é de 250 alunos, entre os que têm deficiência permanente ou temporária.

Terapeuta ocupacional que atua no equipamento, Antônio Vasconcelos, o Tom, destaca que são usadas captações de imagens dos alunos durante as aulas, tanto para que os professores percebam a evolução de cada atleta, como também para que os surfistas, vendo as imagens, melhorem sua sensação de segurança e aumentem a autoestima. 

SERVIÇO
Local: Posto 3 – Avenida Presidente Wilson, próximo à Rua Marcílio Dias, Gonzaga – Telefone: (13) 3235-8081 WhatsApp: (13) 98852-4352 – somente à tarde

POSTO 4 – CINE ARTE 

As primeiras cenas de “Der Himmel über Berlin”, traduzido no Brasil como “Asas do Desejo”, obra-prima de 1987 do cineasta alemão Win Wenders, inauguraram o Cine Arte Posto 4 em novembro de 1991. Entre longas e curtas metragens, mais de 2,5 mil obras já foram vistas no espaço. 

O equipamento, com 41 lugares (incluindo os com acessibilidade), prioriza filmes não comerciais, recheando sua programação com muitos títulos de festivais nacionais e internacionais. O espaço passou a se chamar Sala Rubens Ewald Filho em 2017, dois anos antes da morte do jornalista e crítico de cinema. 

O ingresso custa R$ 3,00, com meia-entrada de R$ 1,50 para estudantes, maiores de 60 anos e menores de 18 anos, com apresentação de RG, além de professores da rede estadual de ensino. A bilheteria abre às 15h.

SERVIÇO
Local: Posto 4 – Avenida Vicente de Carvalho, próximo à Avenida Washington Luiz (Canal 3), Gonzaga – Sessões: 16h, 18h30 e 21h – Telefone: (13) 3288-4009
Instagram: @cinearteposto4

POSTO 5 – GIBITECA MARCEL RODRIGUES PAES

A Gibiteca Municipal Marcel Rodrigues Paes oferece mais de 40 mil títulos no acervo, entre fanzines, mangás, obras infantis, títulos de autores independentes, além de revistas que fizeram história como MAD e Chiclete com Banana. Todo o acervo só pode ser lido no local. Não há possibilidade de empréstimo para leitura em casa.

Inaugurada em 1992, a gibiteca é um espaço climatizado que realiza diversas atividades durante todo o ano, como exposições, lançamentos, debates, bate-papos e grupos de RPG. Curadora do equipamento, Narayana Mamede informa que no penúltimo sábado de cada mês são realizados workshops com artistas, promovendo interação com o público. 

A gibiteca permite troca de exemplares. Os interessados em doar gibi podem levar o material até o local ou agendar a retirada em casa pelo telefone. O material repetido é encaminhado para escolas e entidades. 
Entre os títulos raros, a gibiteca conta com uma edição do ‘Almanaque do Tico-tico’, de 1936. E você sabe por que, no Brasil, este tipo de publicação se chama “gibi”? Graças a uma revista com esse formato. No espaço, é possível encontrar uma edição de 1946 da revista/publicação “Gibi”. O equipamento também oferece alguns exemplares em outras línguas, especialmente de Língua Inglesa, mas é possível também encontrar títulos em Francês e Alemão.

Narayana Mamede comenta que, usualmente, o público do equipamento está na faixa dos 40 anos, mas os eventos e cursos costumam atrair interessados entre 20 e 30 anos. 
Morador do Boqueirão, Jonas dos Santos, de 68 anos, frequenta o equipamento quase diariamente há mais de 15 anos. Às tardes, ele escolhe uma das cadeiras do fundo da gibiteca e separa um exemplar de “Tex”. “Eu fazia coleção desse gibi. Vir aqui é encontrar paz de espírito”. 

SERVIÇO 
Local: Posto 5 – Avenida Bartolomeu de Gusmão s/nº, próximo à Avenida Siqueira Campos (Canal 4), Aparecida – Horários: de segunda a sábado, das 9h às 19h. Domingos, das 9h às 13h Telefone: (13) 3288-1300 Instagram: @gibitecadesantos

POSTO 6 – BIBLIOTECA MÁRIO FARIA

A Biblioteca Municipal Mário Faria conta com mais de 25 mil títulos. Inaugurado em 1993, o espaço foi totalmente revitalizado pela Prefeitura em agosto deste ano.

Ao fazer um rápido cadastro, apresentando documento e comprovante de residência, o interessado pode levar para casa uma obra por um prazo de 14 dias para a leitura. Caso não tenha concluído a leitura, por telefone pode-se fazer a renovação do prazo. Quanto aos jornais diários, a leitura só é possível no local.

Entre as obras mais antigas, destaque para uma edição de 1907 de “Perú versus Bolivia (grafia original)”, de Euclydes da Cunha; “Poemas e Canções”, edição de 1922 de Vicente de Carvalho, e “Prosas dispersas”, de 1921, de Guerra Junqueiro. “Versos ao léu” de Mário Faria, que dá nome à biblioteca, também consta no acervo. Uma edição traduzida de “A Divina Comédia”, do italiano Dante Alighieri, de 1958, é outra raridade do acervo. 

Há também títulos em Inglês e em outras línguas. E uma farta coleção de obras para o público infanto-juvenil, além de dicionários e enciclopédias. A biblioteca também recebe exposição de quadros. A atual é de alunos da Vila Criativa. Quem estiver interessado em doar livros, pode levá-los até o local ou agendar retirada em casa pelo telefone.

A bibliotecária Sueli Aparecida Lopes, responsável pelo equipamento, diz que boa parte da procura é por romances e romances espíritas. “Também temos muitas saídas de livros de auto-ajuda e ficção”. Por dia, a média de empréstimos varia entre 20 e 30 títulos.

Morador do Marapé, Francisco Ribeiro de Carvalho, de 73 anos, descobriu a Biblioteca Mário Faria somente este mês. “Passei e vi este local agradável”, conta ele, interrompendo a literatura de uma obra de ficção, seu gênero predileto. “Gosto também de poesia”.

SERVIÇO 
Local: Posto 6  –  Avenida Bartolomeu de Gusmão, próximo à Rua Alexandre Martins, Aparecida – Horários: de segunda a sexta, das 9h às 19h. Sábados e domingos, das 9h às 13h- Telefone: (13) 3231-8713

POSTO 7 – ESCOLA DE ESPORTES NÁUTICOS

Oferece cursos gratuitos para pessoas acima de 12 anos e que saibam nadar. É voltada para quem está interessado em aprender a andar de caiaque, canoa havaiana e stand up paddle. As aulas reúnem mais de 260 alunos.

As aulas de caiaque e stand up são realizadas de terça a sexta-feira, das 7h às 11h,  e das 14h às 16h. As aulas de canoa havaiana são de terça a sexta-feira, das 8h30 às 11h30. 

No caso do stand up paddle e caiaque, as inscrições podem ser feitas no segundo dia útil de cada mês quando há desistência de algum aluno, pois o curso é por tempo indeterminado. Mais de três faltas não justificadas em um mês cancelam a inscrição do aluno. Portanto, se houver alguma vaga disponível no começo do mês, o candidato receberá a autorização com a lista de documentos necessários para a inscrição.

SERVIÇO
Local: Posto 7 – Avenida Bartolomeu de Gusmão, próximo à Avenida Cel Joaquim Montenegro (Canal 6), Ponta da Praia

Esta iniciativa contempla o item 11 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU: Cidades e Comunidades Sustentáveis. Conheça os outros itens do ODS 


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