Vasco e São Paulo empataram neste sábado sem gols por causa da má pontaria de seus jogadores. O jogo foi em São Januário, com chuva e raios. O time visitante desperdiçou pênalti no primeiro tempo e até o rebote na defesa do goleiro Léo Jardim. Os donos da casa fizeram um segundo tempo mais insinuante, mas também engrossaram nas conclusões, a principal delas com Praxedes após a bola acertar a trave tricolor. O resultado, em duelo pela 26ª rodada do Brasileirão, não foi bom para nenhuma das duas equipes. Pior para o Vasco, que jogou em casa e está na parte inferior da tabela. Mas sai da Z-4 por ora, com 27 pontos.

“A nossas atenções estão no Brasileiro. Não estamos em uma situação confortável. Quando não consegue ganhar, o importante é não perder”, disse Lucas Moura. Léo disse que a torcida do Vasco está no direito de cobrar. “Temos de pegar o lado bom, que é o apoio da torcida. Foi jogo grande. Temos de corrigir dar dar sequência na competição”.

O São Paulo não teve pressa para atacar o Vasco no primeiro tempo. Suportou os minutos iniciais dentro de São Januário como se estivesse no Morumbi. Não se afobou, tampouco permitiu que os donos da casa ditassem o ritmo da disputa. Mais entrosado e encorpado, e fazendo a bola girar, o São Paulo foi ganhando terreno e tomando conta da partida. O lado esquerdo, com Nestor e Caio Paulista, mas também com James e até Lucas, esse mais centralizado, funcionou mais do que o direito, desta vez sem Raphinha, suspenso. Não demorou para o Vasco passar a se preocupar com o visitante dentro de sua casa. O time tinha a velocidade, mas havia muitas bolas divididas e pouca gente no meio.

Era até então um jogo de bolas espirradas e divididas, erros de passes e muita disputa. Até os 30 minutos, quase não houve chute a gol, com os goleiros trabalhando bem pouco. Quando Dorival Júnior pediu para o seu time avançar a marcação, o Vasco se complicou. A equipe paulista também acelerou algumas jogadas e isso pegou a defesa do Rio desarrumada, por vezes. Não era um jogo com emoção. O narrador anunciava raios e promessa de chuva. Mas nem isso veio no primeiro tempo.

De repente, tudo mudou. E quase deu ruim para o Vasco. Aos 42 minutos, James tentou achar Nestor na área e seu passe foi interceptado por Léo, mas com a mão. Na verdade, foi bola na mão e não mão na bola. Mas como tudo hoje é infração, o juiz deu pênalti e distribuiu alguns amarelos na confusão. James, que já perdeu dois pênaltis desde que chegou ao São Paulo, nem passou perto da bola.

Rato ajeitou para bater, mostrou concentração e determinação, mas na hora do chute, depois daqueles passinhos que irritam o torcedor e de um pulinho para chutar, mandou nas mãos do goleiro Léo Jardim, que defendeu em rebote no pés de James. O colombiano mandou a bola para fora, em conclusão cruzada, do outro lado. Tirou tanto do goleiro que errou. O jogo ficou parado por quatro minutos para a cobrança.

Nesse acréscimo, Lucas Moura ainda teve mais uma chance, em chute forte de fora da área. Léo Jardim, que não havia feito nada antes do pênalti, voltou a trabalhar bem e mandar a bola para escanteio. O Vasco não teve nenhuma chance de gol no primeiro tempo.

A chuva veio e os raios deram uma trégua. O fim eletrizante do primeiro tempo e os gols desperdiçados pelo São Paulo deram moral ao Vasco, que voltou muito melhor após o intervalo. Aos 6 minutos, uma grande chance para marcar. Pec chutou na trave do goleiro Rafael e, no rebote, Praxedes mandou para fora. De chances desperdiçadas, portanto, o jogo continuava igual. O Vasco recomeçou mais animado, queria mudar o que foi o primeiro tempo, quando o rival ficou com a bola: 58% a 42%.

O Vasco foi mais ofensivo e melhor do que o São Paulo na etapa final. Criou mais e chutou mais a gol, a pedido do seu treinador. O time de Dorival tentou ficar com a bola e jogar sem pressa. Mas esteve pressionado em todos os setores. Não dá para falar que não houve vontade dos dois lados. Lá pelos 30, o Vasco teve chance em velocidade, mas não conseguiu nada, nem o chute nem o passe nem o pênalti. Podia ter matado, como gritou o técnico Ramón Díaz. Foi uma jogada de Payet. A torcida do Vasco cobrou timidamente o empate em casa.