A evolução digital já é uma realidade no setor de seguros e a tendência é de que se expanda ainda mais rapidamente nos próximos anos. Até 2030, a previsão é de que o volume do mercado mundial atinja inéditos US$ 158,9 bilhões.
Os dados recentes, que constam no Relatório do Mercado Global da Indústria Insurtech, indicam também o crescimento da intenção dos players de seguros em investir em tecnologia: 85% deles julgam se tratar de uma prioridade estratégica.
Sim, estamos no caminho certo, mas há outros aspectos a levar em conta.
Com 25 anos de experiência no mercado, entendo que o nosso desafio diário reside em saber usar adequadamente o que a IA nos proporciona em conteúdo, identificando, a partir dela, a melhor maneira de atender aos clientes. Mais do que simplesmente acumular um volume gigantesco de dados, a habilidade de interpretá-los, a percepção do cenário traçado por eles e a emoção que despertam são etapas fundamentais.
Para personalizar um atendimento e criar conectividade com o cliente, torna-se imprescindível entender, em primeiro lugar, do que ele precisa. Prosperar no setor depende, justamente, da nossa aptidão para transformar informação em solução.
A IA é uma ferramenta, e não um fim em si. É bom ter em mente que dados são importantes porque sinalizam algo a ser traduzido.
Se alinhada à estratégia e aos propósitos corretos, a inteligência artificial reúne vantagens notáveis: ajuda na redução de custos operacionais, potencializa oportunidades de negócios, automatiza serviços, evita fraudes, agiliza o atendimento e aumenta a eficiência das empresas.
Ao gerar conexão fácil e eficaz com os consumidores, as seguradoras conseguem não só alcançar uma percepção holística deles, mas também ter uma visão de 360° do próprio mercado e apurar a capacidade de prever tendências que ainda vão surgir.
Pegando como exemplo a aplicação da ferramenta ChatGPT, observamos sua capacidade de fornecer informações em tempo real e identificar padrões e incorreções com alto grau de precisão, colaborando para que as empresas possam tomar medidas imediatas e proteger seus clientes e ativos.
Outro aspecto importante a se destacar é a possibilidade de criação de produtos mais econômicos e personalizados, capazes de atender às necessidades do público-consumidor e de fidelizá-lo. Estamos falando de confiabilidade de dados, análises preditivas e emissão de relatórios em tempo em real, entre outros tantos avanços.
Clientes satisfeitos aumentam a capilaridade da empresa e a percepção positiva que o mercado tem a seu respeito.
Divulgada no lançamento do Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros, a meta para o setor é aumentar em 20% a parcela da população atendida e alcançar 10,1% do PIB nacional até o fim desta década. O sucesso vai depender do quanto as seguradoras estão dispostas a inovar, na aptidão e rapidez de análise e da qualidade da conexão com seu público-alvo.
Cristiano Saab, country manager da Klimber no Brasil.