Startup entrega tecnologia de ponta focada no melhoramento do rebanho bovino


Startup entrega tecnologia de ponta focada no melhoramento do rebanho bovino

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Mato Grosso do Sul é o quinto estado com o maior rebanho bovino do país, com 18,4 milhões de cabeças. Os números da Pesquisa Pecuária Municipal (PPM), divulgada em setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), comprovam a importância do setor em Mato Grosso do Sul e como a busca constante de novas tecnologias são fundamentais para garantir cada vez mais um rebanho com carne de qualidade.

Monitorar a saúde dos animais, oferecer uma nutrição personalizada e melhorar a reprodução são algumas das ações que podem reduzir o tempo de engorda dos animais, melhorar as vendas e gerar mais renda para os produtores. Os engenheiros de automação Lucas Aguirre e João Malheiro, nunca foram do meio, mas enxergaram no setor uma lacuna a ser preenchida. “Estando no Mato Grosso do Sul, um estado que é movido pela agropecuária, pelo agronegócio, começamos a entender as necessidades e demandas da pecuária. Vimos uma urgência de mercado, porque não somos oriundos da pecuária, mas observamos que ao contrário de outros setores do agronegócio, a bovinocultura é deficitária de tecnologia”, diz Lucas Aguirre.

Foi a partir deste insight que eles começaram a desenvolver tecnologia de hardware para a bovinocultura. No início nada foi fácil, até porque, como explicam os dois, o desenvolvimento de tecnologia de hardware é custoso e diferentemente de sistemas e aplicativos, onde é possível recalcular a rota alterando os códigos, quando se trata de ferramentas físicas, têm que refazer o protótipo e recomeçar. “A gente ficou entre 3 a 4 anos envolvido no desenvolvimento da balança, que é o equipamento que a gente mais vendeu para o setor da pecuária e que começou a abrir portas tanto para o Paraguai, e posteriormente para a Bolívia. Através de entrevistas, de conversas, a gente começou a desenvolver pela necessidade de um cliente um protótipo similar. Foi aí que surgiu o segundo produto, que é o monitoramento de vagão com autotrato, que tem apelo de intenção de compra muito maior”, explica.

Hoje, após sete anos no mercado, a empresa que começou como uma pequena startup, vende para cerca de dez estados brasileiros, além dos dois países citados: Bolívia e o Paraguai. Um dos primeiros desafios foi transpor o idioma. Agora, em parceria com a Prefeitura de Campo Grande, querem alcançar novos voos com a inauguração do ParkTecCG.

“A integração é a força da inovação. A cultura inovadora, incentivada pela instalação do ParktecCG, é fundamental na busca pela democratização da informação, e, juntas, contribuem para o desenvolvimento econômico regional, criando empregos de alta tecnologia e inovadores, estimulando a criação de startups e atraindo investimentos estrangeiros. O Parque é um ambiente projetado para promover esses objetivos, impulsionando o progresso científico por meio da inovação”, avalia a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes.

Para os empreendedores a construção já começou, e em parceria da Prefeitura, vão otimizar as abordagens e negócios para poderem crescer. “Tudo que a gente vem fazendo é para que a gente consiga, realmente, colocar Mato Grosso do Sul, e Campo Grande no radar, transformando a Rota Bioceânica, não única e exclusivamente em um corredor de mercadorias, mas trazer possibilidades, troca de tecnologia”, complementa o engenheiro Lucas Aguirre.

A efetivação da Rota Bioceânica trará inúmeras vantagens para a Capital das Oportunidades, que já possui uma localização estratégica ao empresariado, com comércio dinâmico e diversificada rede de serviços. Em um traçado de 2.396 quilômetros, a rota ligará o Brasil até o Oceano Pacífico, passando por Paraguai e Argentina, até chegar aos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile. A estrada, segundo estudos da Empresa de planejamento e logística (EPL) pode encurtar em mais de 9,7 mil quilômetros de rota marítima a distância nas exportações brasileiras para a Ásia. Em uma viagem para a China, por exemplo, pode reduzir em 23% o tempo, cerca de 12 dias.

Para o secretário municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio, Adelaido Vila, a iniciativa transformará a capital de Mato Grosso do Sul em um dos mais importantes hubs regionais. “Esta integração tem o objetivo de derrubar os muros que separam os nossos países, permitindo uma abertura econômica, social, cultural e que visa o fortalecimento da América Latina como um grande celeiro abastecedor de alimentos para o mundo, com Campo Grande se tornando o portal desta entrada ao Brasil”, conclui.

Os empresários ainda explicam que, para quem, como eles, quer ter parte do faturamento oriundo de vendas externas é preciso entender as particularidades de cada região. “A entrada dos Menonitas foi um ponto crucial para a gente. Não tínhamos noção do tamanho que é fazer negócios com eles, a partir daí abriu-se outras oportunidades, e foi aí que veio o Eduardo Conterno. Nós estamos no mercado há 7 anos e ele foi incorporado há um ano e meio. Ele veio para nos auxiliar nessa expansão para a América Latina, porque temos barreiras culturais, linguísticas, que com a entrada dele como argentino, facilitou”, explica

Atualmente, eles estão em tratativas com a Argentina, e com o Governo de Tarapacá, que instalou um escritório de negócios em Campo Grande, em julho deste ano. “O pessoal de Tarapacá veio aqui apresentar o projeto deles, da região deles, e acabou que Antofagasta ficou muito mais divulgada na Rota Bioceânica. Tarapacá trouxe a possibilidade de Iquique realizar tudo isso. Nós não tínhamos esse caminho construído com Tarapacá, e eles vieram depois de a Prefeitura de Campo Grande abrir esse espaço. Então, está movimentando Campo Grande em relação a este ambiente facilita muita coisa”, conclui.


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