Os meios de pagamentos contactless e mobile estão em plena expansão e a
tendência é que dominem o varejo até 2025, considerando os dados recentes do
Banco Central do Brasil, que mostram que as transações via PIX cresceram 50%
nos últimos anos. Diante da rápida adoção desses meios de pagamento digitais e
sem contato no país, novas iniciativas vêm transformando a experiência de
compra, integrando tecnologia e conveniência em um novo padrão de atendimento.
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Fernando Moulin, especialista em transformação digital e experiência do
cliente, vislumbra um cenário com maior agitação de pagamentos via biometria e
dispositivos móveis, favorecendo um checkout mais rápido e fluido daqui para
frente. “Podemos esperar soluções cada vez mais externas para reduzir o esforço
na hora de pagar, como biometria visual e leitura da palma da mão, algo que já
acontece em países como a China. Esse movimento será gradual e poderá enfrentar
ritmos de adesão diferentes, dependendo do perfil dos consumidores atendidos
por cada rede supermercadista”, acredita Moulin.
Para o especialista em transformação digital, a chave para a expansão
desses métodos é a adequação tecnológica das redes, além de parcerias com
instituições financeiras que oferecem soluções modernas. “Redes com públicos
mais jovens e conectados têm mais facilidade em adotar inovações com rapidez.
Os supermercados que recebem consumidores de maior poder de compra e mais
antenados têm uma resposta mais rápida, enquanto aqueles em áreas com menor
poder aquisitivo podem observar uma adesão mais gradual, mas que tendem a
crescer”, destaca.
Transações mais fluidas e seguras
Nic Marcondes, head da fintech Delend, ressalta que a transformação está
sendo impulsionada pela agenda de inovação do Banco Central, que promove uma
integração cada vez maior entre instituições financeiras. “O Open Finance traz
ao consumidor uma visão unificada de suas finanças e simplifica os pagamentos
contactless e por dispositivos móveis, facilitando o controle e planejamento
financeiro. Até o início de 2025, o Iniciador de Transação de Pagamento deverá
permitir que as compras realizadas sejam diretamente em aplicativos de
terceiros, sem redirecionamento, tornando as transações mais fluidas”, explica.
De acordo com Moulin, à medida que os pagamentos móveis se popularizam,
a segurança se torna um pilar essencial e a tendência é ter soluções que
garantam a identidade do consumidor, como mecanismos avançados de token e
autenticação via biometria. “Com o avanço e a crescente sofisticação de
fraudes, as soluções estão evoluindo para proteger tanto os consumidores quanto
os varejistas. Essas tecnologias trarão mais fluidez e confiança, diminuindo os
índices de fraude e reforçando a segurança em cada transação”, afirma o
especialista.
A perspectiva de Marcondes vai ao encontro dessa necessidade de
segurança elevada e o executivo destaca que o PIX por aproximação, agora
padronizado, torna os pagamentos ainda mais rápidos sem comprometer a proteção.
“Além de mais rápidos, os pagamentos móveis se beneficiam de hiperpersonalizações
de segurança, como configurações que permitem transações apenas em
estabelecimentos conhecidos, reforçando a confiança do consumidor nas novas
tecnologias”, finaliza Marcondes.