Previsão é que cerca de 5 mil veículos pesados sejam retirados do fluxo no perímetro urbano da capital mineira
Considerada um divisor de águas para a mobilidade na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a tecnologia embarcada promete inovação e segurança para o Rodoanel Metropolitano. O projeto prevê implantação de um sistema de monitoramento de tráfego, que terá potencial de reduzir cerca de mil acidentes por ano. Tendo a tecnologia como grande aliada, o planejamento conta com sistemas com dispositivos de rastreamento, softwares de gerenciamento de frotas, detectores eletrônicos de velocidade, redes de comunicação, sensores e pedágio free flow.
Com previsão de retirar aproximadamente cinco mil veículos pesados do fluxo no perímetro urbano da capital mineira, o traçado do Rodoanel será concebido como uma rodovia “Classe 0”. Segundo o Manual de Implantação de Rodovia do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), esse tipo de estrada conta com “o mais elevado padrão técnico, com total controle de acesso, e devem ter, no mínimo, pista dupla. Esta classe é adotada quando a função for a de atender à demanda do tráfego de passagem por uma região”.
Dessa forma, a concessionária Rodoanel B.H. S.A., prevê que o contorno de Belo Horizonte deve ficar de 30 a 50 minutos mais rápido. O porta-voz da concessionária, Nicolau Maranini, ressalta ainda as medidas de segurança definidas no projeto. “A concepção de engenharia prevê curvas e rampas mais seguras e suaves. Os padrões de segurança também são elevados com a instalação de canteiros, barreiras e defensas metálicas, além de uma sinalização vertical e horizontal”, explica.
Tecnologia de pedágio free flow
Uma dos destaques do uso da tecnologia prevista para o Rodoanel Metropolitano é a cobrança de pedágio em free flow, que dispensa as praças físicas e com fluxo de veículos livre. Dessa forma, a inovação permite agilizar os trajetos, sem paradas ou diminuição de velocidade.
Notícias relacionadas
O subsecretário de Transportes e Mobilidade da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), Aaron Duarte Dalla, reforça que, por meio desse modelo, a cobrança do pedágio se torna mais justa pelos trechos percorridos.
“Esse sistema já é utilizado em vários países como Estados Unidos, China e Chile, garantindo uma cobrança mais justa e igualitária para todos que utilizam a malha rodoviária, uma vez que os usuários só pagam pela quilometragem percorrida. A cobrança é automática e será realizada por meios eletrônicos de pagamento, como por exemplo as tags”, detalha.
Segundo informações da Rodoanel B.H. S.A., os usuários poderão cumprir todo trajeto com tranquilidade e fluidez, uma vez que as praças de pedágio serão substituídas por portais com sensores e câmeras de Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR). “Teremos pórticos que estarão instalados nas entradas e saídas da rodovia que terão um sistema de monitoramento de câmeras e vão permitir que o usuário pague apenas pelo trecho percorrido”, explica Nicolau Maranini.
Ganho logístico para o Rodoanel Metropolitano
“Uma soma de grandes congestionamentos e muitos acidentes”. É assim que o caminhoneiro Wilson Soares resume a experiência de trafegar no Rodoanel. Há 40 anos ele percorre, em média, mil quilômetros a cada semana e utiliza frequentemente o Anel Rodoviário em suas viagens.
O caminhoneiro acredita que a construção do Rodoanel mudará a realidade da infraestrutura de transportes em Minas Gerais. “É a grande obra dos mineiros e para todas as pessoas que passam por Belo Horizonte. O projeto é bastante sofisticado e vai melhorar o escoamento da produção mineira”, afirma.
Segundo o governo de Minas, a projeção é de que a construção do Rodoanel provoque um crescimento de 7% a 13% no PIB mineiro e aumente a produção de 0,8% a 1,3% nos próximos dez anos. Além das perspectivas econômicas, a estimativa é de que a construção da nova via gere até 15 mil empregos diretos e indiretos, além do desenvolvimento das cidades próximas ao Rodoanel.