Em um cenário de crescente pressão das autoridades para reduzir a desinformação sobre a guerra nas redes sociais, o aplicativo Telegram decidiu restringir para todos os usuários de Android o acesso ao canal oficial do Hamas (hamas_com) e ao canal da ala militar do grupo, as brigadas al-Qassam. No entanto, outros canais ligados ao grupo extremista, comoo “Gaza Now”, que possui mais de 1,6 milhão de assinantes, permanecem acessíveis, informa a CNBC. Não se sabe se o bloqueio também está em vigor para ioS.
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O cenário é semelhante ao que aconteceu depois que a Rússia invadiu a Ucrânia. Na ocasião, Meta, Google e X (ex-Twitter) foram pressionados a eliminar os posts que faziam propaganda da Rússia e traziam desinformação às plataformas.
Segundo o comunicado oficial da UE, quem não seguir as regras do Digital Services Act poderá enfrentar processos e sançõe. Isso vale para todos que não tomarem medidas adequadas para combater a desinformação relacionada com a guerra Israel-Hamas.
Anteriormente, o CEO do Telegram, Pavel Durov, havia resistido aos apelos para remover a presença do Hamas na plataforma, defendendo o papel do grupo na divulgação de informações sobre a guerra. Em comunicado oficial lançado no dia 13 de outubro, Durov disse que seus moderadores e ferramentas de IA haviam removido milhões de posts sobre a guerra que eram ofensivos.
“Mas lidar com a cobertura desse tema não é nada fácil”, disse, lembrando que o Hamas já havia usado o Telegram para alertar os civis em Ashkelon sobre ataques iminentes com mísseis. “Fechar o canal deles ajudaria a salvar vidas, ou colocaria mais vidas em risco?”, disse na ocasião.