Telemetria melhora gestão do desempenho das operações agrícolas


Quando o produtor agrícola está adquirindo uma nova máquina, é comum ele observar que este equipamento apresenta um sistema de telemetria embarcada de série. Em tal sistema, os sensores da máquina coletam e transmitem remotamente os dados para que o agricultor monitore em tempo real as operações realizadas.

Antes do surgimento desta tecnologia, a gestão das máquinas no campo era realizada exclusivamente de forma manual, por meio de apontamento e/ou transmissão de dados por pen drive.

 — Foto: José Vitor Salvi / Globo Rural
— Foto: José Vitor Salvi / Globo Rural

Com esse processo, as informações chegavam atrasadas aos analistas e gestores e a tomada de decisão se dava de forma relativamente tardia em relação às atividades e aos fatos ocorridos, sem contar que tais informações, muitas vezes, apresentavam erros de apontamento, ou perda de dados. Com isso, os problemas eram analisados e tratados tardiamente, com poucos reflexos positivos no curto prazo das operações.

Além da telemetria da máquina, a fazenda necessita de conectividade em toda a área, o que pode ser uma limitação do uso da tecnologia. Para minimizar esta limitação, diversas empresas estão disponibilizando soluções de conectividade no campo, tornando-as mais acessíveis financeiramente e com melhor qualidade.

Com a máquina que possui um sistema de telemetria e a fazenda com cobertura de sinal para a transmissão de dados, há a montagem de um centro de operações agrícolas (COA) na sede da propriedade recebendo e analisando dados e transformando-os em informações, possibilitando uma visão holística de cada operação e se comunicando a todo momento com os gestores, corrigindo os desvios operacionais em tempo real, evitando assim a ociosidade no campo e melhorando o sincronismo das operações.

Com a missão de apoiar e auditar as operações, o COA deve sempre buscar a padronização das operações e isto só é possível com disciplina operacional e alinhamento com o campo.

A comunicação do COA com as equipes de campo é o ponto principal. Além de monitorar e passar informações relevantes aos líderes e gestores de campo, o COA deve apoiá-los na elaboração de planos de ação para a correção dos desvios identificados em cada parte do processo.

O COA permite que todas as operações agrícolas da fazenda, sejam monitoradas e analisadas em tempo real, sempre atentando-se à maximização das horas produtivas dos equipamentos, consumo de combustível, disponibilidade mecânica, além dos indicadores qualitativos de cada operação, como a velocidade, dose aplicada e as sobreposições de operações e produtos.

Assim, a telemetria é a porta de entrada de um novo sistema de gestão integrado e em tempo real, onde a melhoria do desempenho dos indicadores monitorados permitem a viabilidade do uso desta tecnologia e da melhor rentabilidade da fazenda, independentemente do tamanho da propriedade.

* José Vitor Salvi é professor da Fatec “Shunji Nishimura” de Pompeia (SP) e membro da Associação Brasileira de Agricultura de Precisão e Digital (AsBraAP)

Obs: As ideias e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de seu autor e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da revista Globo Rural


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