A Champions League está de volta, com os primeiros jogos das oitavas de final. Dos 16 times que restam no torneio, cinco deles têm como principais patrocinadores nas camisas companhias aéreas — a Uefa também. Ambientalistas cobraram da confederação europeia de futebol o fim dessas chancelas, que juntas valem até R$ 4,8 bilhões.
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O valor anual desses patrocínios juntos seria de € 317,3 milhões, ou R$ 1,8 bilhão.
O documento aponta que a aviação é a forma de se viajar que mais polui, e a expectativa é que esse setor dobre ou triplique suas emissões de gases do efeito estufa — que provocam o aquecimento global — até 2050. A aviação pode consumir até 25% do que o mundo poderia gerar de emissões para não ultrapassar o limite de 1,5°C de aquecimento do planeta até o final do século.
— A enorme dependência do futebol em relação às companhias aéreas, tanto de transporte como receitas comerciais, continuará a impedir o progresso na construção de um jogo sustentável. O futebol de elite continua a promover e normalizar a crise do clima, como se o planeta não estivesse aquecendo. O futebol pode ser um parceiro poderoso na transição energética — disse Freddie Daley, ativista da “Cool Down Sport”.
O relatório, que também é assinado pelas ONGs “Game Changer” e “Badvertising”, sustenta que a reorganização do calendário do futebol internacional é fundamental para a redução substancial das emissões de gases do efeito estufa (principal é o gás carbônico) com aviação.
Há outros clubes ainda presentes na Liga dos Campeões, como Inter de Milão e Borussia Dortmund, que possuem outros tipos de patrocínio com companhias aéreas, não necessariamente estampados nas camisas.
Em 2022, as emissões da aviação atingiram quase 800 megatolenadas de dióxido de carbono. Cerca de 2,4% das emissões globais de CO2 vêm desse setor. Naquele ano, a Uefa entrou para o Quadro do Esporte para Ações Climáticas, das Nações Unidas (ONU), e se comprometeu a reduzir suas emissões em 50% até 2030.
— Times, estádios e a própria Champions League estão repletos de patrocínios da aviação. O futebol está na direção de um desastre se não tomar ações para garantir o futuro do esporte e proteger seus torcedores — declarou Michael Hardy, da ONG “Game Changer”.
O ge tentou entrar em contato com a Uefa sobre este assunto nos últimos dias, mas não houve retorno até a publicação desta matéria.