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À medida que as tropas de Israel concluem o cerco à Cidade de Gaza, ponto mais denso do território palestino, os militares preparam-se agora para adentrar a impressionante rede de túneis subterrâneos escavados pelo Hamas.
Essa rede é chamada de “metrô de Gaza”, e segundo membros do Hamas possui 500 quilômetros de extensão.
Analistas militares de Israel, porém, afirmam haver exagero no número, estimando que possua entre 100 e 300 quilômetros.
Para os militares, a miríade de túneis representa um pesadelo logístico.
Sua configuração é desconhecida, dando aos combatentes islâmicos a capacidade de emboscar tropas israelitas e de se protegerem de bombas e artilharia.
Os militares israelenses sabem que não há possibilidade de se extinguir o Hamas sem que se invada os túneis.
É ali que estão os centros de comando da facção islâmica, assim como seus depósitos de armas, alimentos e combustível.
Também nos túneis que estão os 240 reféns israelenses sequestrados nos atentados de 7 de outubro.
As suas tropas entraram mm Gaza em 27 de Outubro, iniciando em seguida o trabalho de mapear e destruir os túneis.
Em 8 de novembro, as Forças Armadas anunciaram já terem destruído 130 passagens subterrâneas, principalmente na parte norte da Faixa de Gaza.
Mesmo assim, as Forças de Defesa de Israel (IDF) sabem que o trabalho está longe do fim, e que a letalidade entre seus soldados pode disparar à medida em que avançam para a Cidade de Gaza, zona mais densa.
Segundo o governo israelense, o Exército vai utilizar uma extensa variedade de recursos tecnológicos para diminuir os riscos.
O primeiro grande desafio será mapear a distribuição dos túneis.
Isso porque a rede de espiões de Israel em Gaza diminuiu desde que os militares se retiraram da faixa palestina, em 2005.
Isso comprometeu o conhecimento da Inteligência israelense sobre o funcionamento dos túneis.
Nesse processo de mapeamento, os israelenses pretendem reduzir as baixas utilizando drones de vigilância.
Do alto, esses artefatos conseguem identificar sinais de movimentação humana, por exemplo, evitando encontros surpresa com o inimigo.
Eles também conseguem registrar se determinado grupo entrou num edifício e não saiu nas horas seguintes, o que demonstraria que ali há um túnel com saída em outro ponto.
As tropas também vão utilizar radares com sinais capazes de penetrar até 30 metros abaixo da superfície do solo, possibilitando encontrar sinais de movimentação humana.
Aqui, porém, há um desafio. O solo costeiro e salino de Gaza atrapalha a penetração das ondas, reduzindo o raio de eficácia do mapeamento.
Satélites de vigilância também serão fundamentais.
Do espaço, eles são capazes de detectar variações na altura da superfície da ordem de milímetros.
“Isto é suficiente para encontrar perturbações sutis da superfície causadas pela abertura de túneis”, diz Joel Roskin, geomorfologista que analisou redes de túneis para os militares israelenses.
Nesse caso, porém, a intensa destruição causada pelos bombardeios aéreos feitos por Israel pode dificultar o mapeamento, já que metade de Gaza encontra-se destruída por bombas.
Outra carta na manga dos israelenses será a detecção acústica. Sensores de vibração podem facilmente detectar a escavação de novos túneis mesmo em grande profundidade, já que as ondas mergulham a mais de 100 metros no subsolo.
“Essa tecnologia, porém, é pouco útil para dar conta dos túneis já existentes”, diz Carey Rappaport, cientista da computação da Northeastern University, de Massachusetts, nos Estados Unidos.
Já redes de fibra óptica podem detectar vibrações subterrâneas como o caminhar de seres humanos. Tecnologia ainda ultrassecreta, vendo sendo empregada na fronteira entre os Estados Unidos e o México para impedir a entrada de imigrantes ilegais e o contrabando de drogas.
Uma vez descobertos os túneis, Israel terá outro desafio: inutilizá-los.
Uma estratégia já em andamento é a utilização de bombas que penetram o solo para em seguida explodir. O problema é que vários dos túneis estão sob infraestrutura civil, o que poderia resultar na matança de inocentes.
Responsável por controlar a fronteira sul de Gaza, o Egito empregou, nos últimos anos, outra técnica para destruir os túneis do Hamas que saem em seu território.
Com ajuda de Israel, os egípcios despejaram toneladas de concreto nos túneis, inviabilizando sua reutilização por terroristas.
Como será impossível transportar quantidade suficiente de concreto para dar conta da enorme rede subterrânea, os israelenses pretendem agora utilizar uma espécie de “bomba de esponja”.
Esse artefato possui elementos químicos que, quando misturados, se expandem, formando uma espuma densa e impermeável.
O bloqueio permite a inutilização do túnel até que uma solução definitiva seja encontrada.
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