A 777 Partners não depositou o valor completo do segundo aporte para o Vasco, nesta quinta-feira, como previsto no acordo de compra da SAF. No início da noite desta quinta, no entanto, entraram R$ 38,5 milhões na conta do clube.
A parceira vascaína está tecnicamente inadimplente e o clube já pode acionar cláusula do contrato para retomar o controle do futebol e ficar com 81% das ações. A promessa dos americanos, no entanto, é que o restante do valor (cerca de R$ 71,5 milhões) entrará na conta da SAF nesta sexta.
O segundo aporte, previsto em contrato, seria de R$ 120 milhões. No entanto, houve adiantamento de R$ 16 milhões no meio do ano para ajudar na janela de transferências. O valor foi descontado, mas há acréscimo de juros de R$ 6 milhões. Portanto, o aporte total será de R$ 110 milhões. O Vasco recebeu nesta quinta-feira 35% (R$ 38,5 milhões)
Há, no entanto, desencontro de informações. Pessoas ligadas à 777 afirmam que antecipação no meio do ano foi no valor de R$ 30 milhões.

Emanuelle Ribeiro e Raphael Zarko explicam atraso no pagamento da 777 ao Vasco
O diretor geral da SAF, Lucio Barbosa, comunicou ao presidente Jorge Salgado que o dinheiro poderia ser depositado fora do fechamento bancário – às 18h de Brasília.
O que significa que se nesta sexta-feira, a partir do início do expediente bancário, a 777 seguir inadimplente, a diretoria do Vasco vai tomar a decisão da “recompra” das ações. Por cláusula, custaria R$ 1 mil, valor simbólico colocado em contrato para o Vasco.
A empresa americana foi procurada pela reportagem durante o dia, mas não se pronunciou sobre o atraso. A 777 ainda terá outra chance de fazer o pagamento e recuperar as ações. Assim que o clube associativo exercer seu direito, o investidor terá mais 30 dias para depositar a grana e ficar em dia.

Josh Wander, sócio-fundador da 777 Partners, dona da SAF do Vasco — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF
Josh Wander, sócio-fundador da 777 Partners, dona da SAF do Vasco — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF
O Vasco, que espera informações e justificativas sobre o atraso do parceiro, vai consultar os advogados que participaram do acordo para se movimentar nesta sexta-feira, caso o dinheiro não caia na conta da SAF vascaína. Mesmo inadimplente, a 777 tem o direito de regularizar a situação até o dia 6 de novembro.
O clube, que hoje é acionista de 30% da SAF, terá o direito de reaver 51% das ações de forma imediata. Se, ainda assim, a 777 não fizer o depósito nos 30 dias seguintes à ação do Vasco, a associação ficará em definitivo com 81% das ações e poderá negociá-las com outros investidores. Neste caso, a empresa americana manteria 19% das ações pagas no primeiro aporte de R$ 190 milhões.
Assista tudo sobre o Vasco no ge, na Globo e no SporTV: