
Veja como é feita a produção do reator nuclear que irá equipar novo submarino brasileiro
O Brasil está a caminho de ter o seu próprio submarino de propulsão nuclear e com reator 100% nacional. Isso quer dizer que a autonomia é muito maior – não precisa subir à superfície para recarregar bateria, por exemplo.
O reator começará a ser testado em terra dentro de quatro anos, no Laboratório de Geração Nucleoelétrica, o Labgene.

Submarino é produzido com tecnologia nacional. — Foto: TV Globo/Reprodução
Submarino é produzido com tecnologia nacional. — Foto: TV Globo/Reprodução
“Um primeiro desafio é que tecnologia nuclear não é transferida. Nós tivemos que, etapa por etapa, desenvolver tudo que foi necessário para chegarmos ao que nós estamos vivendo aqui”, diz o diretor de desenvolvimento nuclear da Marinha, almirante Sergio Miranda.
O Brasil teve, por exemplo, que desenvolver peças como a vareta combustível, que é parte fundamental da engrenagem que faz o motor funcionar. Nenhum país do mundo forneceu a tecnologia para desenvolvimento da ferramenta e o Brasil levou anos para chegar ao material ideal.

Vareta produzida para o funcionamento do reator nuclear. — Foto: TV Globo/Reprodução
Vareta produzida para o funcionamento do reator nuclear. — Foto: TV Globo/Reprodução
No centro de pesquisa, o Fantástico conheceu o local onde é feito o enriquecimento de urânio, matéria prima para o combustível nuclear. Cada um dos ambientes é de segurança máxima:
⚛️ na primeira parada, a rocha de urânio é transformada em uma pasta;
⚛️ depois é convertida para o estado gasoso: o hexafluoreto de urânio;
⚛️ em seguida passa por um processo de ultracentrifugação para ser enriquecido.
O pó que sai do processo é prensado em pastilhas que serão utilizadas como combustível do reator nuclear. Mas as pastilhas do submarino são segredo de Estado.

Pastilhas de urânio que são usadas como combustível para o submarino. — Foto: TV Globo/Reprodução
Pastilhas de urânio que são usadas como combustível para o submarino. — Foto: TV Globo/Reprodução
O submarino nuclear brasileiro será batizado com o nome do vice-almirante e cientista da Marinha Álvaro Alberto da Mota e Silva, responsável pela implementação do programa nuclear brasileiro. A previsão de entrega é para o ano de 2033.
Veja a reportagem completa no vídeo abaixo:

Fantástico mostra o trabalho de engenheiros e técnicos brasileiros na construção do 1º submarino movido a energia nuclear
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