Se recuperando de uma lesão no tornozelo direito, Vitor Roque vive os últimos meses no Athletico-PR antes de se apresentar oficialmente ao Barcelona. Entretanto, ainda há um “porém” na questão, uma vez que ainda não está definido se o atacante reforçará os catalães já no início de 2024 ou apenas no meio do próximo ano.
Novo diretor técnico do Barça, o ex-jogador Deco abordou a questão em uma longa entrevista ao jornal espanhol Mundo Deportivo e abriu o jogo sobre o caminho a ser seguido perante a negociação com o Furacão.
No acordo costurado com o Barcelona, o clube brasileiro garantiu a permanência do atacante até o final de 2023, com Roque livre para se apresentar na Espanha a partir de janeiro, porém, com os novos limites salariais impostos por LALIGA, os catalães viram esta possibilidade ganhar um obstáculo.
Durante a entrevista, Deco foi perguntado sobre o entrave e afirmou que o Barcelona trata com calma o assunto, mas que se for possível, tentará contar com o atacante após a virada do ano.
“Tanto ele (Xavi) quanto eu sabemos que não depende apenas do esforço do clube. Há uma parte que, e outra que não é. Desde o primeiro minuto ficou claro com o Athletico Paranaense que o Vitor só poderia vir a partir de janeiro, que era uma das condições do acordo, mas vamos tentar. Vamos ver o que podemos fazer. É um jogador que contratamos para o presente e para o futuro, acreditamos muito nele, mas temos que esperar um pouco e ver como podemos resolver isso. Se não for agora, será em julho com certeza.
Em relação à lesão sofrida pelo brasileiro, com a possibilidade de sequer voltar a atuar pelo Athletico, o dirigente blaugrana afirmou que os médicos do Barcelona estão sempre em contato com os do clube brasileiro e que o atacante está próximo de voltar a treinar.
“Ainda não sabemos se podemos trazê-lo ou não, mas se conseguirmos trazê-lo em janeiro, ingressará no clube. Os médicos do clube estão em contato com os do Athletico. Sei que ele está se recuperando bem, que está bem e que voltará a treinar em breve”, prosseguiu.
O brasileiro naturalizado português ainda rasgou elogios ao reforço do Barça, afirmando que o camisa 9 do Athletico tem as qualidades necessárias para vestir a camisa do gigante catalão.
“Um jogador de futebol para jogar no Barcelona, além da qualidade técnica, tem que ter muita personalidade. Tem que ser um jogador com coragem, que não sinta pressão. Mesmo que a pressão no Barça, não importa o jogador, vai senti-la porque é um clube difícil e duro, mas é emocionante jogar pelo Barça também por causa de tudo isso. Vitor tem um pouco disso. É um jogador de futebol que gostamos e o treinador também deu o seu ‘ok’. É um jogador que está muito entusiasmado com a sua chegada, mas é jovem e ainda tem muito que aprender. Sei que é um jogador que aprende rápido e tem um carácter forte para poder enfrentar um desafio tão poderoso como o do Barcelona e tão jovem.”
Por último, Deco foi questionado se, além de Vitor Roque, o Barcelona trará algum outro reforço em janeiro. O dirigente, porém, afirmou que isso dificilmente vai acontecer e que, neste momento, o único nome que já comentou com Xavi que pode chegar é mesmo o do atacante brasileiro.
“Conversamos muito com o Xavi, e todos os dias, mas não falamos de nenhuma posição ou de nenhum jogador. Eu só mudaria se o treinador pedisse, mas por enquanto só falamos do Vitor”, disse, antes de concluir.
“É algo público, as pessoas sonham com o ‘fair play’ (risos) porque se fala nisso todos os dias. Sabemos que temos uma série de compromissos, coisas que LALIGA nos impõe, não só a nós, mas também aos clubes restantes, por isso não temos que reclamar, temos que trabalhar para melhorar e voltar ao melhor possível. Temos que encarar isso e no final acho que será difícil fazer novas adições. Estaremos sempre atentos caso haja alguma oportunidade, mas não creio que será possível.”
Vitor Roque assinou até junho de 2029 com o Barcelona e terá cláusula rescisória de 1 bilhão de euros (R$ 5,3 bilhões).
A negociação foi fechada em um valor total que pode chegar a 74 milhões de euros (R$ 396 milhões na cotação atual), com o Furacão ainda mantendo 20% dos direitos econômicos do atacante.De imediato, os brasileiros embolsam 40 milhões de euros (R$ 213,4 milhões) fixos.