Casa de isopor? Tecnologia dribla o calor no PI e reduz temperatura interna em mais de 20°C em relação à externa


Casa de isopor? Tecnologia dribla o calor no PI e reduz temperatura interna em mais de 20°

Casa de isopor? Tecnologia dribla o calor no PI e reduz temperatura interna em mais de 20°

Imóveis construídos com painéis de EPS (Poliestireno Expandido), mais conhecido como isopor, revestidos em concreto, têm driblado o calor no Piauí e reduzido a temperatura interna desses ambientes em mais de 20° C em relação ao ambiente externo. Além do conforto térmico, essa tecnologia custa menos, é mais resistente e sustentável que a convencional.

O engenheiro Marco Antônio Ferreira contou ao g1 que a tecnologia existe há mais de 40 anos. “Surgiu na Itália da necessidade de um produto resistente a terremotos, vendavais e tufões e que fosse de baixo custo”, disse.

Depois, a técnica foi aprimorada nos EUA e difundida no mundo, chegando ao Brasil nos anos 90 e, apesar das vantagens, ainda é pouco conhecida e utilizada, principalmente em uma das regiões que mais poderia se beneficiar dela, o Nordeste.

Marco Antônio acredita que a pouca popularidade se deve à demora na difusão de novas tecnologias no setor da construção civil. “Acredito que existe até uma rejeição dentro do próprio setor porque exige uma dedicação a outra coisa, que foge do convencional”, afirmou.

Construção de EPS em Teresina — Foto: Lucas Marreiros/g1
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Construção de EPS em Teresina — Foto: Lucas Marreiros/g1

Construção de EPS em Teresina — Foto: Lucas Marreiros/g1

O engenheiro trabalha com a tecnologia desde 2019 e construiu mais de cinco casas “de isopor”. Uma delas, foi a do empresário Anilton Ponce, que, embora esteja morando há apenas cerca de um mês, relatou que sentiu grande diferença entre morar em uma casa de alvenaria.

“Deu para ver a diferença, ainda mais porque me mudei praticamente no início do período mais quente e a casa é bem mais fria. A impressão é de que até o vento quando entra na casa esfria, porque fora é quente, mas quando passa para dentro é frio”, declarou.

“O muro da minha casa é de construção convencional, de tijolo, e o da casa de isopor. Se você tocar na parede que pega o mesmo sol do muro a diferença é muito grande mesmo”, completou.

Empresário contou que usa ar condicionado de 9 mil BTUs em quarto que normalmente usaria de 12 mil — Foto: Arquivo Pessoal/Anilton Ponce
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Empresário contou que usa ar condicionado de 9 mil BTUs em quarto que normalmente usaria de 12 mil — Foto: Arquivo Pessoal/Anilton Ponce

Empresário contou que usa ar condicionado de 9 mil BTUs em quarto que normalmente usaria de 12 mil — Foto: Arquivo Pessoal/Anilton Ponce

Ele contou que pesquisou muito antes de construir sua casa. “Vi muito sobre, vi que ela não propaga umidade, que é anti-chama, tem isolamento acústico, é mais resistente, a tiros, por exemplo. Além do custo ser menor que o de uma casa de tijolo”, afirmou Anilton Ponce.

O empresário disse que o conforto térmico ainda garante economia no consumo de energia. “Em um quarto que necessitaria um ar condicionado de 12 mil BTUs, estou usando um de 9 mil e ele não precisa ficar na potência máxima, fica tranquilo lá”, contou.

Casa de Isopor: tecnologia dribla o calor e reduz temperatura interna em construções

Como funciona

Equema de composição de Painéis de EPS — Foto: g1
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Equema de composição de Painéis de EPS — Foto: g1

Equema de composição de Painéis de EPS — Foto: g1

Os painéis são compostos por uma placa de isopor revestida por grade de ferro revestido com zinco, para maior resistência à corrosão. Essas peças chegam à obra dessa forma para serem fixadas nos locais de previstos na planta.

Não são necessários pilares ou vigas de sustentação. A praticidade representa também uma economia no uso de água e mão de obra.

Depois de colocados, são instaladas as tubulações elétrica e de água/esgoto. O espaço para comportar os tubos são feitos com um secador, cujo ar quente derrete o isopor e dá o formato necessário.

Economia e rapidez

Essa é mais uma das vantagens da construção com EPS, não é necessário quebrar as paredes para fazer instalações e gastar com a remoção dos entulhos depois.

A ausência de entulho também é mais uma característica sustentável desse tipo de construção.

Em seguida, os painéis recebem duas camadas de concreto, que vai preencher o espaço entre o isopor e a grade, dando acabamento à parede.

Essas camadas são aplicadas por uma máquina (assista ao vídeo no início da reportagem), ao invés do tradicional uso de colheres, o que agiliza a aplicação, tornando ainda mais rápida a construção.

Investimento maior no início

Um ponto importante é que, mesmo sendo cerca de 30% mais barata que a obra convencional, a construção com EPS requer um investimento maior logo no início e não pode ser feita aos poucos.

Após a montagem das placas, já é necessário aplicar o concreto para evitar o desgaste das grades com ação da chuva e/ou do sol, por exemplo.

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