🌷 Como tudo começou? O início da Expoflora aconteceu graças a um grupo de moradores de Holambra (SP) que queria divulgar a produção de flores, conforme relembra Jan Willen Van Der Doon, um dos fundadores do evento e artista floral.

“No início, eram três ou quatro produtores. Hoje são mais de 300”, diz.

Jan conta que esse grupo inicial fazia parte da segunda onda de migração holandesa que aconteceu no fim da década de 1970, e se juntou a primeira leva que começava a chegar desde 1948. Ele mesmo teria vindo ainda adolescente da Holanda para esta primeira edição da festa.

Este segundo grupo trazia técnicas e tecnologias agrícolas mais modernas que ganharam impulso pelo clima mais ameno do Brasil. “Na Holanda é frio, cada estufa precisa de aquecimento. Aqui [no Brasil] nós temos nosso sol natural”, explica.

🌻 Por que deu certo? Além do clima propício, o artista floral ressalta que o gosto dos brasileiros por flores também contribuiu para a escolha e sucesso da empreitada.

Os produtores organizaram em um salão do clube da cidade uma festa que duraria três dias. Jan lembra que todos se empenharam para divulgar, mas não esperavam reunir um público de 7 mil pessoas. “Foi um sucesso enorme”.

No ano seguinte, mais produtores começaram a produzir flores, ainda com espécies mais comuns e conhecidas do público geral, como rosas, crisântemos, palmas e flores tropicais naturais do Brasil.

“Hoje em dia, 40 anos depois, são cultivadas todas as flores do mundo aqui no Brasil, em Holambra”, celebra.

🕺 Muito além das flores, a cultura dos imigrantes holandeses se manifesta de várias formas durante o evento, e uma das principais é a dança. Piet Schoenmaker, agricultor que começou a praticar dança de salão aos 18 anos e criou o grupo de dança folclórica, foi um dos personagens marcantes do evento.

A partir do grupo, Piet ficou responsável por apresentações para Festas das Nações, do consulado e logo se tornou um símbolo da Expoflora, quando foi convidado a participar no primeiro ano do evento.

Lize Schoenmaker de Block, uma das filhas de Piet, que trabalha como fisioterapeuta e focalizadora de danças circulares, ressalta como esse momento foi importante para criar uma tradição que unia as duas atividades: de agricultor e dançarino, impulsionando a cultura dos imigrantes.

“Sinto que ele tinha uma missão de vida de trabalhar com a dança […] Hoje são nove grupos dançantes, mais de 250 alunos, entre crianças e adultos, que se apresentam aqui na Expoflora”, conta.

Piet morreu em 2020, aos 75 anos, mas deixou um legado.

“São mais de 40 anos de pessoas dançando nesta cidade, é o legado que ele deixou, é o sonho que ele queria, e que a gente consiga espalhar mais essas danças”.